Bailanta do Tibúrcio - Pedro Ortaça

Bailanta do Tibúrcio
Pedro Ortaça


Vou contar de uma bailanta
que existiu no meu pontão
Indiada do queixo roxo
que nunca froxou o garrão
Vinho curtido em barril
e cachaça de borrachão.

Os gaiteiros que eram buenos
davam a mostra do pano
O Carlito e o Dezidério
o Felicio e o Bibiano
Cambiando com o Juvenal
num velho estilo pampeano.

Dona china passou ruge
ajeitou bem o cocó
Cruzou o jaguapassô
lavou os pés no jaguassengó
Na bailanta do Tibúrcio
balanceava o mocotó.

Lembranças que são relíquias
dos meus tempos de guri
Os pares todos bailando
coisa mais linda eu não vi
Um agarrado no outro
pra mode de não cair.

E lá pela madrugada
bem na hora do café
Dom Tibúrcio mestre sala
gritava batendo o pé
Agora levanta os home
para comer as muié.

Milho assado era o catete
plantado de saraqüá
Feijão preto debulhado
a bordoada de manguá
Bóia melhor do essa
lhes garanto que nao há.

É lá no velho pontão
linda terra de fartura
Queijo, ambrosia e melado
bolo frito e rapadura
Batata deste tamanho
e mandioca desta grossura.

Mas que tempo aquele tempo
que se vivia feliz
Só a saudade restou lá
no garrão do país
Da bailanta do tibúrcio
vertente, cerne e raiz.

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Me comparando ao Rio Grande - Os Farrapos

Me comparando ao Rio Grande

Os Farrapos

Sou grito do quero-quero
No alto de uma coxilha
Sou herança das batalhas
Da epopéia farroupilha
Sou rangido de carreta
Atravessando picadas
Sou o próprio carreteiro
Êra boi, êra boiada
Êra êra boi Brasino
Êra êra boi Pitanga
Boi Fumaça, Jaguaré
Olha a canga...
Sou velha cambona preta
Dependurada nos tentos
Sou o chapéu do domador
Tapeado de contra o vento
Sou rancho de pau-a-pique
À beira de uma estrada
Onde descansa o tropeiro
Pra seguir sua jornada
Êra êra boi Brasino
Êra êra boi Pitanga
Boi Fumaça, Jaguaré
Olha a canga...
Sou a cor verde do pampa
Nas manhãs de primavera
Sou cacimba de água pura
Nos fundos de uma tapera
Sou lua, sou céu, sou terra
Sou planta que alguém plantou
Sou a própria natureza
Que o patrão velho criou
Êra êra boi Brasino
Êra êra boi Pitanga
Boi Fumaça, Jaguaré
Olha a canga...

(Êra boi!
Êra boi... Sai daí cusco!
Eita cusco que só atrapalha...
Sai daí cachorro! Êra boi...
Jaguaré... Boi Fumaça... Jaguaré...
Êra boi, Jaguaré... Êra boi!!!
Fumaça boi.. Encosta! Encosta!
Êra boi! Êra! Sai daí, cusco...)

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Bate-Coxa no Totonho - Grupo Reponte

Bate-Coxa no Totonho
Grupo Reponte


(Tem bate coxa lá no compadre totonho
Nego véio medonho bolicheiro do povoado
Fez um puxado lá no fundo do terreiro
Ali formava o entrevero e os bochinchos aporreados)

A Nega Chica temperava o puchero
Pra servir um entrevero nas tantas da madrugada
Batata assada no brasedo com borraio
Feijão mexido com alho faz sustância da indiada
E lá num canto a neta da Nega Chica
Oiga mulata bonita chamarisco do bolicho
Estourou um bochincho por causa desta danada
Peleei com cabo da adaga e me apoderei com o cambicho
Ah Tio Totonho vou e volto outro dia
Arrastar asa pras gurias cá no fundo do terreiros
Matar a fome com a bóia da Nêga Chica
E da sua neta bonita pelo menos debocheio

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No rancho da candoca - João Luiz Corrêa

No rancho da candoca

João Luiz Corrêa


Fui num fandango lá no rancho da Candoca,
Tinha um lote de chinoca, tipo um bando de chupim...
E já se vieram, como no arroz da lavoura,
Umas pretas outras louras caindo em riba de mim.
Não sou modelo, nem um raio de esquisito,
Mas é ruim de ser bonito neste tempo de escacez...
Diz o Damásio que nos bailes do rincão
Quem não foge do batom é o que vira freguês.

REFRÃO

Vamos moçada neste embalo do gaiteiro
Que a lua é clara podem dançar no intreveiro
Todos já sabem, nos fandangos da Candoca
Depois que a china se enrosca não volta embora solteiro

E a velharada só espiava na janela
Eu grudado na mais bela, à moda de carrapato...
Pois a morena me tapava de carinho,
Pra dançar agarradinho, até tirava o sapato.
Já me encontrava perdido naquele enlevo
Pisando leve nos trevos, com jeito de touro osco...
Cruzava a noite nos braços dessa chirua,
Vivendo o mundo da lua, sem perceber o enrosco.

REFRÃO

O Cantalício já chegou querendo briga,
Puxou dum marca Formiga e deu quatro ou cinco estouro.
Eu quero ver se neste baile aqui tem homem,
Que apareça o lobisomem para enfrentar este touro.
O meu revólver já anda com o cano em brasa
A mulher fugiu de casa e veio pra este bochincho.
Olhei pra china, era a tal mulher roceira
Me larguei numa capoeira mais veloz do que um capincho.

Linda Mulher - Grupo Minuano

Linda Mulher

Grupo Minuano



Quando a gente se viu pela primeira vez
Não quis me enganar, deixa pra lá
Aquele jeito doce de sorrir pra mim
meus olhos não deixaram de olhar
Você me conquistou, me deu a paz
E tudo o que eu preciso pra viver
Agora sou só seu, não quero mais ninguém
Um beijo seu me faz compreender que a vida é só prazer
Meu coração despedaçado clama por você
Uma força estranha cala fundo no meu ser
É amor ou ilusão, mas não posso mandar no meu coração
Linda mulher, eu estou entre o silêncio e a solidão
Sua ausência é um deserto no meu coração
Eu preciso de você, linda mulher
Que, que, que, óh, quero seu amor!
Que, que, que, áh, vem me amar
Estar pra sempre no seu corpo delirar..

China Atrevida - João Luiz Corrêa

China Atrevida - João Luiz Corrêa


Cada vez que o sol levanta
Traz consigo uma ansiedade
De uma china onde a saudade
É o poncho da minha vida
Que china mais atrevida
Que sai sem avisar nada
E só vem de madrugada
Neste sonho de ilusão

O meu chucro pensamento
Vai sem rumo estrada a fora
Pressenti chegar a hora
Num palpite quase certo
Meu rancho ficou deserto
Sem achego da morena
Que só vive em meu poema
Num disfarce à solidão

E assim vai passando o tempo
Com seus segredos
E eu no vazio dos meus pelegos
Espero a sorte logo chegar
Pois dentro de cada mate
Uma espera louca
Na bomba o gosto
Daquela boca
E no rosto, o pranto pra consolar

Pra o Meu Consumo - Luiz Marenco

Pra o Meu Consumo - Luiz Marenco


Têm coisas que tem seu valor
Avaliado em quilates, em cifras e fins
Em cifras e fins...
E outras não têm o apreço
Nem pagam o preço que valem pra mim

Tenho uma velha saudade
Que levo comigo por ser companheira
Por se companheira...
E que aos olhos dos outros
Parecem desgostos por ser tão caseira

Não deixo as coisas que eu gosto
Perdidas aos olhos de quem procurar
Mas olho o mundo na volta
Achando outra coisa que eu possa gostar
Tenho amigos que o tempo
Por ser indelével, jamais separou
E ao mesmo tempo revejo
As marcas de ausência que ele me deixou..

Carrego nas costas meu mundo
E junto umas coisas que me fazem bem
Que me fazem bem...
Fazendo da minha janela
Imenso horizonte, como me convém

Daz vozes dos outros eu levo a palavra
Dos sonhos dos outros eu tiro a razão
Eu tiro a razão...
Dos olhos dos outros eu vejo os meus erros
Das tantas saudades eu guardo a paixão

Sempre que eu quero, revejo meus dias
E as coisas que eu posso, eu mudo ou arrumo
Mas deixo bem quietas as boas lembranças
Vidinha que é minha, só pra o meu consumo...

Fungando Poeira - Chiquito e Bordoneio

Fungando Poeira
Chiquito e Bordoneio


Na cadência lenta ou na mais ligeira
Levanta a poeira de tanto bater pé
Eu nasci faceiro e sou fandangueiro
Toca seu gaiteiro que eu danço o que vier

Tem quem não queira mas tem quem quer
Gosto de dança de churrasco e de mulher
Pode ser ruiva loura ou morena
Danço com todas elas só se alguma não quiser

A gaita resmunguenta se torce na vaneira
A indiada faceira soltando o sapucai
Tá faltando espaço tá sobrando gente
Quem tá fora não entra quem tá dentro não sai

A sala é pequena a cachaça é buena
Chinocas lindas da bochecha colorada
Fungando poeira a noite inteira
Só quem não dança não arruma namorada

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Tropilhas E Ginetes - César Oliveira e Rogério Melo

Tropilhas E Ginetes
César Oliveira e Rogério Melo


Uma tropilha aporreada pra ser gaúcha e campeira
Tem que ter cheiro de garra dos ginetes da fronteira
Tem que bufar no palanque e até escorar tempo feio
Sestrosa, maleva e louca ao se negar pros arreios
Uma tropilha que preze mete medo só no olhar
Nesta beleza baguala que chega inté me assustar

Mas confio na bugrada quer monta só por folia
Não refugando bolada pra se mostra pras gurias
Esses vaqueanos do mundo José Machado, o Negrinho
Que gineteia assoviando as coplas de algum carinho
O Darci Mota e o vaqueiro vêem o Renozinho gritando
Saudando Antônio Rosa que já morreu gineteando

São tentos da mesma lonca
Crioulos de um só destino
Ginetes que fazem fama
No lombo desse malinos!

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Destino Nas Esporas - Os Monarcas

Destino Nas Esporas
Os Monarcas


Aos tranco e barrancos vou trotando mundo a fora
Levando a vida por diante e o destino nas esporas
Me chego ao cair na noite e me vou na luz da aurora
Rebenqueando a solidão sei a onde a tristeza mora.
Procuro meu rumo certo, mas não consigo encontrá-lo
O tempo velho me cobra e a sorte me dá pealo
Por isso meu mundo gira nas patas do meu cavalo
Então com a gaita me adoça levo a vida nesse embalo.

Upa-upa meu cavalo, o caminho a gente faz
Quem não tem pra quem voltar só deixa poeira pra traz

Nesse mundo sem fim vou pra onde o vento vai
O sol quente não me abate e a geada não distrai;
La por vez eu tomo nus tragos em memória de meu pai
Fico igual bambu do campo cambaleia, mas não cai.
Não tenho patrão nem dona sou senhor de mim mesmo
Nasci feio e magricela, apelido contra peso
A feiúra é guarda costa de quem vai troteando a esmo
E pra que graxa no couro se na nasci pra torresmo.

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Me Vou Pra Vaneira - João Luiz Corrêa

Me Vou Pra Vaneira
João Luiz Corrêa


Ao som de um farrancho, chego de à cavalo
Apeio no embalo, xucro de um gaiteiro
Campeio meus troco, rodeio a guaiaca
E o cabo da faca, reluz no candieiro
Já entro pachola e vou pagando a ficha
Uma china me espicha um olhar de sovéu
Vou direito a copa, cutuco a algibeira
E tapeio a poeira, na aba do chapéu



Falquejo uma prosa, capricho no trote
Já armo meu bote, prá uma fandangueira
O gaiteiro bueno, de canha se enxarca
E eu feito um monarca, me vou pra vaneira

Sou de pouca prosa, me agrada entrevero
E até bochincheiros, conhecem meu jeito
Tirando retosso, cordeona, guitarra
E o gosto por farra, não tenho defeito
Prá o meio do baile, arrasto as chilenas
A noite é pequena bombeando as mulher
Se acaso puder a mais linda eu penero
E aparto a que eu quero pra arrastar o pé

No assoalho vermelho, do chão colorado
Eu danço embalado, nos braços da china
Esqueço da lida, pendenga e peleia
Quando ela arrodeia, me alisando a crina
Já na outra marca, aquece o assunto
Comigo vai junto, na prosa que encilho
É certo o namoro, no fim da noitada
É carga dobrada, no pingo tordilho.

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Baile na Serra - Porca Véia

Baile na Serra
Porca Véia


Pego na gaita e toco essa melodia
Me lembrando de um baile que eu fui a poucos dias
Foi lá na serra em casa do Mané Romão

E eu tinha um companheiro que era o meu irmão

E o gaiteiro um gaúcho resolvido
Na gaita deu um tinido e já começou a tocar
Tocou um xote pra dançar afigurado

E dos seus versinho rimado já começou a cantar
E uma morena do corpo enfeitiçado
Deu uma olhada pro meu lado e já com ela eu fui dançar
E o meu irmão com uma moça de encarnado

Saiu dançando apertado, coisa de se invejar
Com a morena sai falando baixinho
Devagar e bonitinho e o namoro se arrumou
Mas meu irmão com a moça de encarnado
saiu muito apertado e o pai dela não gostou

E a meia-noite deu uma briga lá num canto
Quebraram uns três, quatro bancos por causa do meu irmão
De madrugada se acharam novamente
Fedeu a pau e porrete, e a revolver e a facão

Eu sou um qüera que gosto de reboliço
Já me meti no enguiço só pra vê o que ia dar
Me apertaram, me cercaram em cinco ou seis
Dei uns tombo nuns dois, três e não puderam me cortar

O meu irmão índio mal de pensamento
Arranco das ferramenta e muita gente ele cortou
E assim foi até clariar o dia
Pois ninguém mais se entendia até que o baile se acabou

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Gaiteiro Por Demais - Porca Véia

Gaiteiro Por Demais
Porca Véia


Troquei meu cavalo baio, e uns arreios que eu tinha
Por uma cordeona velha, só pra tocar pras prendinhas
Cresci carpindo mandioca, dormindo pelas tafonas
Hoje eu lido no teclado, da minha velha cordeona

E ninguém acreditava
Que eu fosse virar gaiteiro
Hoje eu vivo encilhado
Num balanço bem campeiro

Gaiteiro, oh! Gaiteiro por demais eu sou!
Gaiteiro, oh! Aonde o vento vai eu vou!

O meu pai sempre dizia: oh, guri vai estudar!
Pois depois que eu me for, ninguém vai te sustentar
Meu velho, fica tranquilo, teu filho hoje é um baita
Pois ganho a vida com honra, abraçado na minha gaita

O meu pia desde pequeno, conhece bem o meu toque
Já me pediu uma gaita, em vez de bola ou bodoque
Quero que cresça tocando, por este rio grande inteiro
Vou lhe deixar de herança, a tradição de gaiteiro

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Batendo Água - Luiz Marenco

Batendo Água
Luiz Marenco


Meu poncho emponcha lonjuras batendo água
E as águas que eu trago nele eram pra mim
Asas de noite em meus ombros sobrando casa
Longe das casa ombreada a barro e capim

Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro
Nem abro as asas da noite pra um sol de abril
Faz muitos dias que eu venho bancando o tino
Das quatro patas do zaino, pechando o frio

(Troca um compasso de orelha a cada pisada
No mesmo tranco da várzea que se encharcou
Topa nas abas sombreras, que em outros ventos
Güentaram as chuvas de agosto que Deus mandou)

Meu zaino garrou da noite o céu escuro
E tudo o que a noite escuta é seu clarim
De patas batendo n'água depois da várzea
Freio e rosetas de esporas no mesmo trim

Falta distância de pago e sobra cavalo
Na mesma ronda de campo que o céu deságua
Que tem um rumo de rancho pras quatro patas
Bota seu mundo na estrada batendo água!

(Porque se a estrada me cobra, pago seu preço
E desabrigo o caminho pra o meu sustento
Mesmo que o mundo desabe num tempo feio
Sei o que as asas do poncho trazem por dentro)

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Não Vá - Tchê Guri

Não Vá
Tchê Guri


Não vá, não vá prás bandas de Santo Antônio

Não vá, não vá porque o tempo tá medonho

Olhe o tempo tá pra chuva tu não pode te molhar

Fica aqui junto comigo pois eu posso te cuidar

Não vá, não vá prás bandas de Santo Antônio

Não vá, não vá porque o tempo tá medonho

Os pelegos já estão prontos para te aconchegar

Venha depressa guria que eu estou a te esperar

Não vá, não vá prás bandas de Santo Antônio

Não vá, não vá porque o tempo tá medonho.

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Baile de Ramada - Os Mateadores

Baile de Ramada
Os Mateadores


Quatro esteios para as "toscas" mata olhos
De chão batido que nem eira pra feijão
São imagens criativas dos campairos
Que deram origem ao nosso carramanchão

O Marcolino pucha o zaino frente aberta
Atira as garras e se bandeia pro outro lado
De rancho em rancho convidando a gauchada
Para o fandando com gaiteiro afamado

Pena que o tempo galopeia sem parar
E lá adiante pode ser o fim da estrada
Talvez não tenha um baile desses campeiros
De chão batido de baixo de uma ramada

A lua cheia vem chegando sem convite
E as estrelas se apresentam temporonas
O João quati da uma "sova" na pandeiro
E a rapaziada vai se enchando as queredonas

Uma vanera penetra fundo na alma
E a gauchada se enleia de paixão
O mestre sala anuncia o fim do baile
Se vai a noite com ela uma ilusão

Pena que o tempo galopeia sem parar
E lá adiante pode ser o fim da estrada
Talvez não tenha um baile desses campeiros
De chão batido de baixo de uma ramada

Pena que o tempo galopeia sem parar
E lá adiante pode ser o fim da estrada
Talvez não tenha um baile desses campeiros
De chão batido de baixo de uma ramada

Quero-Quero - Grupo Quero Quero

Quero-Quero
Grupo Quero Quero


Quero-quero, quero-quero
Quero-quero gritou lá em cima
Quero-quero quando grita
É sinal que alguém se aproxima

Quero-quero no meio da noite
Gritou porque viu alguém se aproximar
Eu também na noite da vida
Encontrei esta luz que vem do teu olhar

E agora, gauchinha
Eu grito com todo fervor
Quero-quero, quero-quero
Quero-quero o teu amor

Vem Chegando o Gaiteiro - Grupo Candieiro

Vem Chegando o Gaiteiro
Grupo Candieiro


Abram cancha rapaziada vai começar o entrevero
Abram cancha gauchada que vem chegando o gaiteiro

Pra tocar este fandango de respeito e tradição
Tenha que ser um gaiteiro penteado na de botão
Mas que soubesse rancheira, xote, bugio, vaneirão
Que tocasse a noite inteira vez em quando uma vaneira
Do agrado do patrão

O galpão tava lotado era aquele vozerio
O gaiteiro tá atrasado donde é que já se viu
O patrão veio gritando bamo acabar com a lambança
Vocês vão se apreparando porque o homem tá chegando
Pra empezar a festança

Se alvoroçaram as chinocas pra conhecer o tocador
O homaredo mais indócil que potro no partidor
Se vieram tinindo espora o patrão e o posteiro
Rapaziada é agora já tá passando da hora
Abre esta gaita gaiteiro

Baila Morena - Nativos

Baila Morena
Nativos


Baila, baila, baila morena
Ho, ho, ho, ho
Pra bailar contigo morena
Me chama que eu vou

Olhar provocante cheiro de paixão
Bailado alucinante seduz meu coração
Teu doce sorriso guardarei comigo
Vivo na esperança de bailar contigo

Baila, baila, baila morena
Ho, ho, ho, ho
Pra bailar contigo morena
Me chama que eu vou

Dulce encantos tienes linda mercedita
La flor de mi campo bela florcita
Inspira meu canto ao passar dançando
Teu corpo caliente yo fico mirando

Na moda loca - Portal Gaúcho

Na moda loca
Portal Gaúcho


E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho
E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho

E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho
E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho

Fiz um esquenta lá no bar do Tio Maneco
Tomei cinco, seis caneco daquela pinga marvada
Enchi meus bolso de amendoim e hortelã
Pra mim chegar preparado
Pra grudar na muierada

Fiz um esquenta lá no bar do Tio Maneco
Tomei cinco, seis caneco daquela pinga marvada
Enchi meus bolso de amendoim e hortelã
Pra mim chegar preparado
Pra grudar na muierada

E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho
E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho

E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho
E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho

E sigo loco, bem facero e mamado
Já depois de tanto trago que tomei com a gurizada
E a vergonha também eu deixo pra lá
Me largo numa vanera me esfregando sem parar

E sigo loco, bem facero e mamado
Já depois de tanto trago que tomei com a gurizada
E a vergonha também eu deixo pra lá
Me largo numa vanera me esfregando sem parar

E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho
Daqueles à moda loca pra dançar agarradinho
E é hoje que eu vou me atracar num bailezinho

Sonhando na Vaneira - Os Monarcas

Sonhando na Vaneira
Os Monarcas


Hoje é dia de surungo lá no rancho da tia Nena
Já passei água de cheiro e glostora nas melenas
Chego a trote bem garboso arrastando minhas esporas
No corcovear da vaneira vou bailar a noite inteira
Até o romper da aurora

(Quando eu entro num surungo minh'alma fica serena
Me sinto dono do mundo bailando com esta morena
Me sinto dono do mundo bailando com esta morena)

Morena minha morena dos lábios cor de pitanga
Ai não tem mamãe não deixa ai não tem papai se zanga
Sou vivente da campanha meu mundo não tem assombro
Embora o teu pai não queira no embalo da vaneira
Tu vai sonhar no meu ombro

Gaiteiro velho gaiteiro não deixa a gaita parar
Que a morena no meu ombro já começou a sonhar
Quando a coisa fica loa a noite morre pequena
Juro por toda a minha gente nunca vi poncho mais quente
Que os braços desta morena

O galo cantou mais cedo calou-se a gaita manheira
Acabou-se o mundo bonito sonhado nesta vaneira
Tá na hora vamo embora grita tia lê lá na sala
Saio arrastando a chilena e o perfume da morena
Levo nas franjas do pala

De bota nova - Os Monarcas

De bota nova
Os Monarcas


De bota nova tô chegando pro baile companheiro
que o tranco fandangueiro me chamou para bailar
na sala bem lisinha quero fazer um estrago
depois de toma uns trago me vou pra lá e pra cá

Não quero nem noticia da lida de mangueira
quando escuto vaneira tristeza não me agrada
eu venho descontado judiado do seviço
findei os compromissos agora eu quero farra (2x)

(Capricha seu gaiteiro que eu danço e me garanto
já vi que lá no canto tem uma que me quer
preciso de um cambicho e a minha bota nova
precisa de uma sova pra não me aperta o pé)

De bota nova to chegando vou firme num embalo,
nem me lembro do calo que essa bota me fez.
Pior é não ter tempo só pra alegrar a vida
e eu não largava a lida fazia mais de um mês

por isso gaiteiro capricha numa bem boa
que um beliscão atoa não tá me encomodando
um calo não é nada tudo que é ruim tem fim
que um baile bom assim so lá de vez enquando

Refrão(2x)

Mate de Esperança - Délcio Tavares

Mate de Esperança
Délcio Tavares


Eu vou cevar um mate gordo de esperança
Com a erva verde do verde do teu olhar
Tomar um trago bem graúdo
E preparar tudo
Para te esperar

E o meu rancho que era escuro de saudade
Eu vou fazer uma pintura de alegria
Para te impressionar e te agradar
Se tu voltar guria

Eu fiz promessa pro negrinho
Eu fiz promessa pro negro do pastoreio
Levei fumo em rama e um gole de canha
Como oferenda
Só para ele me ajudar
Só pra ele me ajudar a encontrar um meio
E um laço forte pra que eu te prenda, prenda

Oh!oh!oh!
E então sem mágoa
Posso até sentir o que virá depois
Oh!oh!oh!
Vou esquentar a água e feliz servir
Um mate pra nós dois.

Herdeiro da Pampa Pobre - Osvaldir e Carlos Magrão

Herdeiro da Pampa Pobre
Osvaldir e Carlos Magrão


Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a estória
Não me deixaram nem sequer matizes?

Passam as mãos da minha geração
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a estória
Não me deixaram nem sequer matizes?

Passam as mãos da minha geração
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Herdei um campo onde o patrão é rei
Tendo poderes sobre o pão e as águas
Onde esquecido vive o peão sem leis
De pés descalços cabresteando mágoas

O que hoje herdo da minha grei chirua
É um desafio que a minha idade afronta
Pois me deixaram com a guaiaca nua
Pra pagar uma porção de contas

Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Eu não quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei de meu pai

Minha história de amor - Chiquito e Bordoneio

Minha história de amor
Chiquito e Bordoneio


Parecia amor antigo
Um sonho pra não acordar
Na esperança uma certeza
De outra vez te encontrar

Nunca houve despedidas
Até breve ou mesmo adeus
Foi paixão mal resolvida
Que ficou entre você e eu

Seu silêncio é solidão
Sem ninguém pra conversar
Mesmo andando livremente
Estou preso por te amar

Ainda sinto seu perfume
Que ficou pra sempre em mim
A minha história de amor
Nem teve início, meio e fim.

Então volta
Não me faça sofrer
Você não sabe a falta,
Que faz pra mim

Então volta
Vem curar essa dor
Que esta em meu coração, meu amor
Volta pra mim.

Baile Da Mariquinha - Os Serranos

Baile Da Mariquinha
Os Serranos


"mas olha lá quem vem chegando
- olá sobrinho
- tia mariquinha!
- é verdade, de roupa nova!"

às vezes vou me lembrando
do baile da mariquinha
do xote velho largado
e da rancheira que vinha

do café de chaleira
que a cumadre me servia
farofa e feijão mexido
com uma quarta de farinha

a melhor coisa do mundo era
o baile da mariquinha

"mas que tal tia mariquinha, e o baita macho?
- aquele bandido pára pára que a tia marica tá toda arrepiada!
- afinal tia marica ele dançou e lhe deu algum beijo?
- que nada me deu um carão e duas marca e me deixou que nem cavalo de lingo sem nada na boca lógico..."

chegava os fins de semana
sábado de manhãzinha
dava dava dava dava aquele reboliço
mexerico de vizinha

e as véias batiam guizo
prás meninas na cozinha
ai vai botá um vestido novo juracy
presente da tua madrinha

todo mundo se aprumava
pro baile da mariquinha

e os convidados do baile
que baile tchê
do baile da mariquinha
uns à pé e de à cavalo
outros de carreta vinha

e começava a dançar
gente grande pequenina
ferravam na meia canha
com trovas e ladainhas

muito casamento deu
no baile da mariquinha

"lá no baile da mariquinha tinha de tudo prá moçada engraxar o bigode..
- é verdade
- tinha costela gorda mulita na casca café preto com mistura bolo frito cuzcuz
- e não esqueça da velha cueca virada
- a senhora na cozinha ficava muito engraxada tia marica?
- ah que horror a velinha ficava mais engraxada que telefone de açougueiro..."

e a segurança do baile
era de primeira linha
tinha tinha tinha tinha o zapa no comando
e lá na copa o bijuquinha

e se estourasse a peleia
o tio zapa atendia tirava a indiada lá prá fora
e no tapa resolvia

a alegria continuava
no baile da mariquinha

O Casamento da Doralíce - Grupo Minuano

O Casamento da Doralíce
Grupo Minuano


Eu vou
Dançar
Fandango de galpão
Coisa melhor que tem
Pra alegrar o coração

Fandango só fica animado
Quando sai a Doralícia
Vai todo mundo pra sala
Parado ninguém resiste

Vou convidar uma morena facera
Destas dançadeiras
Que a gente nota
Para dançar comigo a noite inteira
Pra tirar a poeira da sola da bota

Este é o fandango bom
Vai até de madrugada
Só pra fazer a chinoca
Ficar meio apaixonada
E nós saímos cantando
Levantando o pó da estrada.

Eu Sou do Sul - Os Serranos

Eu Sou do Sul
Os Serranos


Eu sou do sul, sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul, sou do sul
A minha terra tem um céu azul, céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Nascido entre a poesia e o arado
A gente lida com o gado e cuida da plantação
A minha gente que veio da guerra
Cuida dessa terra
Como quem cuida do coração

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Você, que não conhece meu estado
Está convidado a ser feliz neste lugar
A serra te dá o vinho
O litoral te dá carinho
E o Guaíba te dá um pôr do sol lá na capital

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

A fronteira los hermanos
É prenda, cavalo e canha
Viver lá na campanha é bom demais
Que o santo missioneiro
Te acompanhe, companheiro
Se puder vem lavar a alma no rio Uruguai

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul
É só olhar pra ver que eu sou do sul
A minha terra tem um céu azul
É só olhar e ver

Eu sou do sul

Canto Alegretense - Os Serranos

Canto Alegretense
Os Serranos


Não me perguntes onde fica o Alegrete
Segue o rumo do teu próprio coração
Cruzarás pela estrada algum ginete
E ouvirás toque de gaita e violão
Prá quem chega de Rosário ao fim da tarde
Ou quem vem de Uruguaiana de manhã
Tem o sol como uma brasa que ainda arde
Mergulhado no Rio Ibirapuitã
Ouve o canto gauchesco e brasileiro
Desta terra que eu amei desde guri
Flor de tuna, camoatim de mel campeiro
Pedra moura das quebradas do Inhanduy
E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer
E nos olhos vou levar o encantamento
Desta terra que eu amei com devoção
Cada verso que eu componho é um pagamento
De uma dívida de amor e gratidão

Romance de Flor e Luna - Jairo Lambari Fernandes

Romance de Flor e Luna
Jairo Lambari Fernandes


Quando um dia Rosaflor chegou no rancho
Pequeno mundo num fundão de corredor
Enxergou um pingo baio encilhado
E um gaúcho com um gateado no fiador
Mariano Luna domador seguia os ventos
Trazendo mansos pra cambiar pelas estradas
E Rosaflor filha mais moça do seu Nico
Lavava roupa junto às pedras da aguada
Rosaflor num riso manso e buenas noite
Entrou no rancho com seus olhos de querer
Mariano Luna e suas pilchas já puídas
Disse a moça um outro buenas sem dizer, sem dizer

Mariano Luna que tinha lua nos olhos
Entregou esse clarão aos olhos dela
E apagou a luz extrema que continha
Da outra lua que apontava na janela
A lavadeira pouco sabia das luas
E ainda menos dos olhares que elas têm
E descobriu então nos olhos do andante
Que de amores nem as flores sabem bem
Que de amores nem as flores sabem bem

O domador que só sabia desses campos
Sabia pouco do azul que vem das flores
Mas descobriu depois de léguas de estradas
Que há muito tempo não cuidava seus amores
De flor e luna se enfeitou o rancho tosco
Pequeno mundo num fundão de corredor
Que sem saber ficou mais claro e mais silente
Depois que lua debruçou-se sobre a flor
Ficou a estrada sem ninguém pra ir embora
E risos largos diferentes do normal
Um baio manso pastando pelo potreiro
E bombachas limpas pendurada no varal, no varal

O Que Tem a Rosa - Os Mirins

O Que Tem a Rosa
Os Mirins


O que tem a rosa tão desfolhada
Foi o sereno da madrugada

Sinto saudade, suspiros também
Mandei recado, Rosa não vem

Chorei e choro nesta viola
Só ela mesma que me consola

Adeus, adeus, coração mimoso
Delicadeza, rosto formoso

Para Pedro - José Mendes

Para Pedro
José Mendes


Era um baile lá na serra na fazenda da Ramada
Foi por lá que um tal de Pedro se chegou de madrugada
Só escutei um zum zum, mas não sabia de nada
Só ouvia mulher gritando: "Este Pedro é uma parada"

Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para
Era o Pedro lá num canto beliscando a namorada
Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para

Quando foi lá pelas tantas que a farra estava animada
Apagaram o lampião e a bagunça formada
As velhas se revoltaram, Pedroca não é de nada
E o Pedro brigou com as velhas e deu uma peleia danada

Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para
Fazia cócega nas velhas e as velhas davam risada
Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para

Pedro foi dançar um xote com uma velha apaixonada
E surgiu o velho da velha e a coisa foi complicada
Pedro correu pelos fundos e entrou numa porta errada
As moças levaram um susto e gritavam desesperadas

Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para
Velha grudada no Pedro e o velho no Pedro agarrado
Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para
E assim foi a noite inteira até o fim da madrugada
Para Pedro, Pedro para
Para Pedro, Pedro Para
Pedro Para, Para Pedro
Para Pedro, Pedro Para

Xote Laranjeira - Os Mirins

Xote Laranjeira
Os Mirins


Mas deixa estar, que eu vou me embora,
Eu vou voltar pro meu rincão,
Que é pra comer churrasco gordo,
Tomar mate e chimarrão,

Mas deixa estar que eu vou me embora,
Eu vou me embora pra fronteira,
Que é pra comer churrasco gordo,
Tomar café de chaleira,

Mas deixa estar que eu vou me embora,
Eu vou me embora pra fronteira,
Mas eu hei de levar comigo,
Este xote Laranjeira.

Roubo Da Gaita Velha - José Mendes

Roubo Da Gaita Velha
José Mendes


Perdi minha gaita velha, nunca mais eu pude achar
Por isso faço um apelo a quem minha gaita encontrar
Devolvam minha gaita velha, me façam este favor
Vivo das minhas idéias na função de cantador
Para que fiquem sabendo o jeito da gaita velha
Tinha o som de abelha mestra trabalhando nas colméia
Tinha dezenove teclas e oito baixos de botão
Um torniquete do lado pra diminuir o assoprão
Chorava numa vaneira como só ela chorava
Se a moça fosse solteira por Deus que me namorava
Quando eu puxava ela toda, media o meio da sala
Mostrando furos de rombo alguns buracos de bala
As teclas da gaita velha nem precisava polir
Sentia cheiro de rancho já começava a se abrir
Certa vez fui num comércio lá na cancha do Seu Téia
Me entreteram nas carreiras pra roubar minha gaita
velha
Por isso vivo tocando com esta gaita emprestada
Lembrando da gaita velha que há muito me foi roubada
E agora venho cantar pra esta distinta platéia
Pedir se acaso encontrar devolvam a minha gaita velha

Baile de Candieiro - Os Mirins

Baile de Candieiro
Os Mirins


Camisa branca lenço colorado
E uma bota nova e calça de riscado
Pelos cabelos muita brilhantina
Que tem bate coxa no salão da esquina

E vou chegando meio ressabiado
Pelo lusco-fusco desse candieiro
E no entreveiro busco a tal morena
Por quem me deixei assim enfeitiçado

E já nos tocamos pro meio do baile
E mais uma volta e uma volta e meia
Toca mais um xote mais uma vaneira
Que eu mostro o meu valor

E eu me apeio pelo seu cangote
E o seu perfume me deixando tonto
Mais uma volteada que eu não abro mão
De quem é o meu amor

(Ah, meu candieiro
Se apagas teu lume agora
Eu pego esta flor de morena
Encilho o meu pingo e me vou mundo afora)

Doce Amargo do Amor - Os Mirins

Doce Amargo do Amor
Os Mirins


Me dê um chimarrão de erva boa
Que o doce desse amargo me faz bem
O amargo representa uma saudade
E o doce o coração que ela não tem

Cevei meu mate no romper da aurora
Chamei a china prá matear comigo
Nem desconfiava que ela fora embora
E esta saudade hoje é meu castigo

No fim da tarde nada me consola
Tomo um amargo disfarçando a dor
Largo o porongo e pego na viola
Canto saudade pro meu grande amor

Picaço Velho - José Mendes

Picaço Velho
José Mendes


Um dia eu saí a camperear sozinho no meu picaço velho de estimação
Ele saiu relinchando como adivinhar que não voltava mais para seu galpão
O meu picaço velho era um cavalo que foi bem ensinado e muito mansinho
Quando eu tinha preguiça de buscar o gado o meu picaço velho trazia sozinho
Sai à galopito pela estrada afora e meu picaço velho ia remoendo o freio

Eu sai com o destino de ir na invernada só para ver meu gado e dar sal no rodeio

Depois que eu dei o sal eu vi um boi brazino e sempre boi brazino bem valente é
Apartei ele do gado e desatei meu laço arrochei o meu picaço só pra ver o tropel
Lacei este brazino lá na beira de um mato e esta estória triste até o animais sentem
O meu picaço velho se perdeu num valo e eu abri a perna a sai lá na frente

E este boi brazino quando me avistou abaixou a cabeça e fez um pegada
Tirei o corpo fora ele passou por mim eu olhei para trás e dei uma risada
E foi nesta rodada que meu pingo amigo ficou estendido na terra vermelha

Mas joguei meu doze braças e argola tiniu peguei as duas guampas e defendi as orelhas
E quando estirou o laço deste boi brazino ele virou de ponta nem pro mato foi
E o meu picaço velho que quebrou o pescoço e morreu gemendo e olhando pro boi

De Chão Batido - Os Serranos

De Chão Batido
Os Serranos


Em xucras bailantas de fundo de campo
O fole e tranco vão acolherados
O índio bombeia pro taco da bota
E o destino galopa num sonho aporreado
Polvadeira levanta entre o sarandeio
E é lindo o rodeio de chinas bonitas
Quem tem lida dura e a idéia madura
Com trago de pura a alma palpita

Atávico surungo de chão batido
Xucrismo curtido na tarca do tempo
Refaz invernadas de ânsias perdidas
E encilha a vida no lombo do vento

Faz parte do mundo do homem campeiro
Dançar altaneiro no fim de semana
O gaúcho se arrima nos braços da china
E cutuca a sina com um trago de cana
Basta estar num fandango do nosso Rio Grande
Pra ver que se expande esse elo gaúcho
Esta pura verdade que não tem idade
É a nossa identidade aguentando o repuxo

2x
Atávico surungo de chão batido
Xucrismo curtido na tarca do tempo
Refaz invernadas de ânsias perdidas
E encilha a vida no lombo do vento

Tordilho Negro - Os Serranos

Tordilho Negro
Os Serranos


Correu notícias de um gaúcho
Lá da estância do paredão
Tinha um cavalo tordilho negro
Foi mal domado ficou redomão

Este gaúcho dono do pingo
Desafiava qualquer peão
Dava o tordilho negro de presente
Prá quem montasse sem cair no chão

Eu fui criado na lida de campo
Não acredito em assombração
Fui na estância topar o desafio
Correu boato na população

Era um domingo clareava o dia
Puxei o pingo e o povo reuniu
Joguei os trastes no lombo do taura
Murchou a orelha teve um arrepio

Botei a ponta da bota no estribo
Algum gaiato por perto sorriu
Ainda disseram comigo eram oito
Que boleou a perna montou e caiu

Saltei do lombo e gritei pro povo
Este será o último desafio
Tordilho negro berrava na espora
Por vinte horas ninguém mais nos viu

Mais de uma légua o pingo corcoveou
Manchou de sangue a espora prateada
Anoiteceu o povo pelo campo
Procurando um morto pela invernada

Compraram vela fizeram um caixão
A minha alma estava encomendada
A meia noite mais de mil pessoas
Deixaram da busca desacorçoadas

Daqui a pouco ouviram um tropel
Olharam o campo noite enluarada
Eu vinha vindo no tordilho negro
Feliz saboreando uma marcha troteada

Boleei a perna na frente do povo
Deixei as rédeas arrastar no capim
Banhado em suor o tordilho negro
Ficou pastando ao redor de mim

Tinha uma prenda no meio do povo
Muito gaúcha eu falei assim
Venha provar a marcha do tordilho
Faça o favor monte no selim

Andou no pingo mais de meia hora
Deu-me uma rosa lá do seu jardim
Levei prá casa o meu tordilho negro
Mais uma história que chega no fim.

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